quarta-feira, 2 de abril de 2008
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO
Naquela manhã de princípios de abril Eugênio saiu do quarto de banho, cantando. Estava tomado duma grande e serena alegria, que se esforçava por não analisar. Sentia-se em paz com o mundo e com sua consciência.
A mesa do café (....)Tomou o último gole de café, ergueu-se e caminhou até a janela. A manhã estava fresca e tocada pela luz dum doce sol cor de ouro velho. Pairava no ar uma fina neblina que amaciava toda as formas, dando à paisagem um suave tom violeta. Envolta nessa névoa trespassada de sol, a cidade parecia um brinquedo colorido embrulhado em papel celofane.
É impossível ser mau num dia como o de hoje - refletiu Eugênio, aceitando integralmente aquele momento. Teve um desejo de ternura(...)
(...)Se naquele instante - refletiu Eugênio - caísse na Terra um habitante de Marte, havia de ficar embasbacado so verificar que num dia tão maravilhosamente belo e macio, de sol tão dourado, os homens em sua maioria estavam metidos em escritórios, oficinas, fábricas...E se perguntasse a qualquer um deles: "Homem, por que trabalhas com tanta fúria durante todas as horas de sol?" - ouviria esta resposta singular: "Para ganhar a vida". E no entanto a vida ali estava a se oferecer toda, numa gratuidade milagrosa. Os homens viviam tão ofuscados por desejos ambiciosos que nem sequer davam por ela. Nem com todas as conquistas da inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar monos e viver mais. Agitavam-se na terra e não se conheciam uns aos outros, não se amavam como deviam. A competição os transformacva em inimigos. E, havia muitos séculos, tinham crucificado um profeta que se esforçava por lhes mostrar que eles eram irmãos, apenas e sempre irmãos (...)
http://www.youtube.com/watch?v=UowZbpQkCO8&feature=related
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