quinta-feira, 31 de julho de 2008

Conseguimos!

Depois de várias tentativas... de se perder na marginal... de morrer de rir de tantas voltas que demos pela cidade...
Coseguimos! Pela primeira vez, por um caminho novo e por acaso "o correto", rs... Chegamos certinho na bilheteria do HSBC e comprarmos nossos ingressos de cara para o palco!
Nem acreditamos! E ainda conseguimos voltar pra casa sem errar!
Giselle e eu, somos a dupla perfeita pra quem quiser conhecer a cidade, sem nenhum roteiro e com muito bom humor!
Aguardem notícias !!!

Clarice Linspector


"Eu não escrevo o que quero, escrevo o que sou."


Clarice Lispector

domingo, 27 de julho de 2008

UMA ALEGRIA PARA SEMPRE

Resolvi começar um blog pra colocar algumas postagens que não caberíam tão bem aqui.
Mas vou continuar sócia do Nosso Clube do Livro.
Fiquem à vontade pra me visitar
www.georgiamarcusso.blogspot.com


Uma Alegria para Sempre (De Mario para Elena Quintana)
As coisas que não conseguem ser olvidadas
continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre
onde as datas não datam.
Só no mundo do nunca existem lápides...
Que importa se - depois de tudo - tenha "ela" partido
ou que quer que te haja feito, em suma?
Tiveste uma parte da sua vida que foi só tua e, esta,
ela jamais a poderá passar de ti para ninguém.
Há bens inalienáveis, há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte de tua vida presente
e não do teu passado.
E abrem-se no teu sorriso mesmo quando,
deslembrado deles,
estiveres sorrindo a outras coisas.
Ah, nem queiras saber o quanto deves à ingrata
criatura...
A thing of beauty is a joy for ever
-disse, há cento e muitos anos,
um poeta inglês que não conseguiu morrer.

Escolhi esse poema, porque há exatamente 10 anos eu o descobria pra ser pra sempre o meu preferido.

Le Scaphandre et le Papillon


Le Scaphandre et le Papillon
baseado em livro de Jean-Dominique Bauby

Sou emocional demais pra comentar.
Vou colocar mais uma dos meus preferidos, pra ilustrar o que eu sinto hoje.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

MAYSA


Sempre tive uma queda por essa mulher, me lembro da sua voz na minha infância, quando em momentos muitíssimo raros, minha mãe colocava um disco na vitrola. Me lembro até da capa, que é exatamente essa que coloquei.
No início desse ano eu vi na TV Cultura o Ensaio Especial Maysa, dirigido por Antônio Abujamra e gravado em 1975. No programa, a cantora, morta em um acidente de carro no ano de 1977, falou sobre a infância, seus traumas, amores e o processo de criação musical.
As vezes me sinto amadurecida demais. Mas se ser maduro é reconhecer o valor da nossa cultura, admirar essas pessoas que infelizmente não conheci e sentir prazer em ouvir a boa e velha musica feita no nosso país...
Que venha a maturidade!
Espero adquirir em breve algo de tanta preciosidade.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

CONDICIONAL

Condicional
Los Hermanos
Composição: Rodrigo Amarante

Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios

E quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem...

Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios.

Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar
Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso!

Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim.
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais,
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais!

Os dias que eu me vejo só são dias
Que eu me encontro mais e mesmo assim
Eu sei tão bem: existe alguém pra me libertar!

Palavras

http://www.youtube.com/watch?v=YpQK5oGlRqg

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento

Trecho da múcica: "Palavras ao Vento", composição de Marisa Monte e Moraes Moreira


Do fundo do quintal,
Lá do fundo,
A solitriste flor se pergunta
Cadê Cecéu que não vem me molhar?

quarta-feira, 16 de julho de 2008

AS MEMÓRIAS DO LIVRO


Sou uma pessoa que não costumo emprestar livros de amigos (só quanto dou o livro p alguém no meio da leitura, sabendo que posso terminá-lo lendo o do amigo...Torcendo para ele se esquecer que o livro esta comigo).
Isso porque, gosto de ter o livro para poder dobrar as folhas da página, riscar uma frase que me faz emocionar, refletir ou brigar com o escritor porque aquelas palavras deveriam ser de minha autoria.
Também gosto de deixar no meio do livro algumas coisas que me lembram dos lugares que vou passando carregando-o, como por exemplo, uma fita do nosso senhor do Bonfin comprada na Praia do Forte, ou um cartão de um restaurante, ou de um hotel, de uma pousada...ou mesmo uma simples flor do jardim que me deu o prazer de alguns minutos da leitura misturada com o cheiro da terra, da própria flor e o burburinho dos passáros.
Esses hábitos foram tantas vezes criticados pelos amantes de livros, que mal abrem o livro para não marcar, e acabam a leitura com o livro impressionantemente novo, como se estivesse acabado de ser retirado da livraria.

Lendo o livro "As Memórias do Livro" de Geraldine Brooks me fez ter a convicção que um livro tem sua estória e sua história. A estória que o autor nos conta e a história da relação entre o leitor e o livro, pois além das lembranças dos lugares que foram colocadas dentro, as palavras sublinhadas ou as páginas dobradas fazem parte de um momento totalmente pessoal do leitor que fizeram chamar a atenção para aquelas palavras, pois só podemos encontrar no livro o que está dentro da nossa alma e na nossa mente...

Além disso, ter o livro com a estória e a história, pode oferecer outros momentos de prazer depois de um tempo, como por exemplo reler apenas as partes sublinhadas e dobradas e tentar relembrar o momento que fizeram aquilo fazer de alguma forma parte da nossa vida...Ou presentear alguém especial (como um amigo) com esse livro, oferecendo a essa pessoa uma parte de nós.

Isso tudo me fizeram imaginar... Um dia, passando para milha filha as heranças que poderei oferece-la que são meus livros lidos, riscados e dobrados, meus filmes e minhas músicas, para assim ela poder descobrir e entender um pouco mais sobre vida de sua mãe...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Into the Wild



Christopher McCandless in his camp on the Stampede Trail




Alexander Supertramp

Gostaria muito de ter assistido “Into the Wilde” na telona. Ouvi falar muito bem do filme por meus amigos, mas não tive a oportunidade. Então... sem ler nada sobre a história, nem sobre o filme,assistindo em casa, pensei; _Se todo mundo gostou...
Adivinhem! Não vou gostar.
Impliquei de cara com o garoto e sua filosofia de vida.
Não! Não pensem que eu não concordo com seus pensamentos, pelo contrário. Acredito muito em tudo aquilo. Mas ele* não me convencia. Parecia superficial! (Eu sei que ele convenceu a muitos).[cap.I]
Não desisti, nem falei nada durante a viagem.]cap.II]
Na mesma medida em que as idéias e os desejos de Chris ficavam mais fortes, mais eu me identificava e desejava viver aquela experiência. E interessantemente não percebia que o garoto já tinha me convencido e que, meu preconceito contra os pensamentos de um jovem de 20 anos não só perderam a força, como me fizeram lembrar que, nessa época, meus pensamentos não tinham profundidade suficiente pra convencer a mim mesma.[cap.III]
As vivencias daquele menino me tocaram fundo e vieram de encontro a alguns pensamentos que têm borbulhado em minha mente, que têm me inflamado.
Nada diferente do que milhões de pessoas sentem ao mesmo tempo, desde que conheçam suas angústias, suas vaidades, seus desejos, mas que dão sentido a cada atitude nossa. [cap.IV]
Agora até penso em acampar, quem sabe, um dia?


Agora tenho ainda mais certeza de que a felicidade só é verdadeira quando é partilhada.

“Os dias que eu me vejo só”.
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei
também existe alguém
pra me libertar.

(Condicional – Rodrigo Amarante)



* ele -Emile Hirsch

terça-feira, 1 de julho de 2008

UM POUCO MAIS.... de apenas fragmentos


Enquanto não encontro os meus fragmentos perdidos po aí num mundo real me distraiu no mundo dos livros...
Mais alguns trechos do livro A Sombra do Vento...

(...)O epílogo da história não melhorava as expectativas. No meio da manhã um furgão cinzento da delegacia havia deixadodom Federico jogado na porta de casa. Estava ensanguentado, com o vetido em farrapos, sem a peruca nem as bijuterias finas. Haviam urinado em cima dele, e ele tinha a cara cheia de contusões e cortes. O filho da padeira o havia encontrado encolhidos na porta de entrada, chorando como uma criança e tremendo...-Não é direito, não senhor. O coitadinho, é uma pessoa bondosa e não se mete com ninguém. Porque gosta de se vestir de mulher e sair cantando? E daí? As pessoas são muito malvadas...
-Malvadas não, observou Fermín. -Imbecis, o que não é a mesma coisa. O mal pressupõe uma determinação moral, intenção e certa inteligência. O imbecil ou selvagem não pára para pensar ou raciocinar. Age por instinto, como besta de estábulo, convencido de que está fazendo o bem de que sempre tem razão e orgulhoso de sair fodendo, desculpe, tudo aquilo que lhe parece diferente dele próprio, seja em relação à cor, credo, idioma, nacionalidade ou, como no caso de dom Federico, pelos hábitos que tem nos momentos do ócio. O que falta no mundo é mais gente ruim de verdade e menos espertalhões limítrofes.

(...)-Você gosta dele ou não?
Ela me ofereceu um sorriso que se desfazia pelos cantos.
-Não é da sua conta.
-Isso é verdade -falei. -è assunto só seu.
Seu olhar esfriou.
-E por que você se importa?
-Não é da sua conta - respondi...
-As pessoas que me conhecem sabem que gosto do Pablo. Minha família e...
-Mas eu sou quase um estranho - interrompi. - Egostaria de ouvir isso de você...
Ficamos nos olhando por um longo tempo em silêncio.
-Não sei...
-Alguém disse uma vez que na hora em que se pára para pensar se gosta de alguém, já se deixou de gostar da pessoa para sempre - falei(...)

(...)-Acalme-se ou vai criar uma pedra no fígado - aconselhou Frmím. - Cortejar uma mulher é como o tango: absurdo, pura frescura. Mas é você o homem, e é você quem deve tomar a iniciativa...
-Eu? A iniciativa?
-Está pensando o que? Poder mijar em pé tem que ter algum preço.
-Mas se Bea deu a entender que ela me procuraria.
-Como você entende pouco de mulheres, Daniel. Aposto que essa garota está agora em casa, olhando languidamente pela janela como Dama das Camélias, esperando você chegar para resgatá-la do idiota do senhor seu pai, para arrastá-la numa espiral incontrolável de luxúria e pecado.-Você acha isso?
-Pura ciência.
_ E se Bea decidiu não mais me ver?
Olhe, Daniel. As mulheres são mais inteligentes do que nós, ou pelo menos, mais sinceras consigo mesmas sobre o que querem ou não. Mas dizer isso para nós ou para o mundo são outros quinhentos. Você está diante do enigma da natureza, Fermín. A fêmea, babel e labirinto. Se a deixa pensar, está perdido. Lembre-se: coração quente, mente fria. O código do sedutor(...)
-As pessoas que me conhecem sabem que gosto de

(...)Certo dia, Julián adormeceu nos meus braços, exauto. Na tarde anterior, ao passar em frente à vitrine de uma loja de penhores, ele havia parado para me mostrar uma caneta-tinteiro exposta havia anos na vitrine e que, segundo o dono da loja, pertencera a Vitor Hugo. Julián nunca tivera um centavo para comprá-la, mas ia vê-la todos os dias. Vesti-me ás escondidas e desci até a loja. A caneta custava uma fortuna que eu não possuía, mas o dono da loja disse que aceitaria um cheque meu em pesetas de qualquer banco espanhol com sede em Paris. Antes de morrer, minha mãe me havia prometido que economizaria muitos anos para me comprar um vestido de noiva. A caneta de Vitor Hugo levou embora meu véu de noiva e, mesmo sabendo que aquilo era uma loucura, nunca gastei um dinheiro com tanta vontade. Ao sair da loja com o fabuloso estojo vi que uma mulher me seguia...Aproximou-se e se apresentou. Era Irene MArceau, a protetora de Julián...Só queria me conhecer e perguntar-me se eu era a mulher que Julián estivera esperando durante todos aqueles anos. Não foi preciso responder. Irene limitou-se a assentir e beijou-me o rosto. Eu a vi se afastar pela rua e soube então que Julián nunca seria meu, que eu o havia perdido antes de começar(...)