quarta-feira, 16 de julho de 2008

AS MEMÓRIAS DO LIVRO


Sou uma pessoa que não costumo emprestar livros de amigos (só quanto dou o livro p alguém no meio da leitura, sabendo que posso terminá-lo lendo o do amigo...Torcendo para ele se esquecer que o livro esta comigo).
Isso porque, gosto de ter o livro para poder dobrar as folhas da página, riscar uma frase que me faz emocionar, refletir ou brigar com o escritor porque aquelas palavras deveriam ser de minha autoria.
Também gosto de deixar no meio do livro algumas coisas que me lembram dos lugares que vou passando carregando-o, como por exemplo, uma fita do nosso senhor do Bonfin comprada na Praia do Forte, ou um cartão de um restaurante, ou de um hotel, de uma pousada...ou mesmo uma simples flor do jardim que me deu o prazer de alguns minutos da leitura misturada com o cheiro da terra, da própria flor e o burburinho dos passáros.
Esses hábitos foram tantas vezes criticados pelos amantes de livros, que mal abrem o livro para não marcar, e acabam a leitura com o livro impressionantemente novo, como se estivesse acabado de ser retirado da livraria.

Lendo o livro "As Memórias do Livro" de Geraldine Brooks me fez ter a convicção que um livro tem sua estória e sua história. A estória que o autor nos conta e a história da relação entre o leitor e o livro, pois além das lembranças dos lugares que foram colocadas dentro, as palavras sublinhadas ou as páginas dobradas fazem parte de um momento totalmente pessoal do leitor que fizeram chamar a atenção para aquelas palavras, pois só podemos encontrar no livro o que está dentro da nossa alma e na nossa mente...

Além disso, ter o livro com a estória e a história, pode oferecer outros momentos de prazer depois de um tempo, como por exemplo reler apenas as partes sublinhadas e dobradas e tentar relembrar o momento que fizeram aquilo fazer de alguma forma parte da nossa vida...Ou presentear alguém especial (como um amigo) com esse livro, oferecendo a essa pessoa uma parte de nós.

Isso tudo me fizeram imaginar... Um dia, passando para milha filha as heranças que poderei oferece-la que são meus livros lidos, riscados e dobrados, meus filmes e minhas músicas, para assim ela poder descobrir e entender um pouco mais sobre vida de sua mãe...

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