terça-feira, 25 de março de 2008

"A gente deveria se cruzar em outra vida, se cruzar no ar, Eu e Você"

Depois do desejo,
o tesão, o êxtase,
coração acelerado...
cansaço....
Eu paro e leio (ou você lê para mim, com essa voz que tanto gosto) aquela poesia complexa e que mal entendo....
Mas a música (Nora Jones), o momento, os gestos, os olhares, as estrelas e as cores...
Então, tudo entendo....

UM PRESENTE DE ANIVERSÁRIO

O que é isto, atrás deste véu, é feio, é bonito?
Esta cintilando, tem peitos, tem bordas?

Tenho certeza de que é único, exatamente o que quero.
Quando estou quieta, cozinhando, sinto-o olhando, pensando

"É para esta que devo aparecer,
É esta a eleita, com olhos fundos e cicatria?

Medindo farinha, cortando o excedente,
Aderindo a regras, regras, regras.

É ela que fará a anunciação?
Meu Deus, que piada!"

Mas ele cintila, não pára, acho que me quer.
Nem ligaria se fossem ossos ou um botão de pérola.

Não espero muito de um presente este ano.
Afinal de contas, estou viva por acidente.

Teria me matado alegremente naquele momento, de qualquer jeito possível.
Agora há véus, tremeluzindo como cortinas,

Os cetins diáfanos de uma janela em janeiro
Brancos como lençóis de bebês, brilhando com respiração mortiça. Oh, marfim!

Deve ser uma presa, uma coluna-fantasma.
Não vê que não me importa o que isso seja.

Não pode dá-lo para mim?
Não se envergonhe - não ligo se for pequeno.

Sylvia Plath

http://www.youtube.com/watch?v=TJBRpu4Z5kc

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