Não tenho mais ilusões.
Mas sonhos...muitos!
Sou uma sonhadora.
"SONHOS" de AKIRA KUROSAWA
* Van Gogh para Gi
Prelúdio no. 15 de Chopin
Imagine um espaço que seja possível colocar todos os nossos sonhos, amores, desilusões, dores, músicas preferidas, poemas, poesias, filmes, trecho de um livro, fotos, lembranças, amigos, esperança.....enfim, tudo aquilo que é importante ser guardado e dividido com aqueles que gostamos....Tudo guardado num livro....BEM VINDOS AO CLUBE DO LIVRO!!!! A PORTA ESTARÁ SEMPRE ABERTA!!!
"SONHOS" de AKIRA KUROSAWA
* Van Gogh para Gi
Prelúdio no. 15 de Chopin
Valeu mais uma vez amiga por esse CD!
To viciada!!!
A Família de Tarsila do Amaral
... me veio à lembrança um poema chamado "Salvação", de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso". Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso. Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas - sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade.
Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é.
Mas também, vá saber, pode ser amor.
MARTHA MEDEIROS, em 20/02/2005 (jornal O Globo)
COMENTS:
Umas 10 mulheres de 75 anos ou mais em caravana de bengalas, um mentiroso (na fila falava que estava indo para o escritório), uns 4 adolescentes que eu pacientemente chutei o banco pra calarem a boquinha e eu. Na sessão das três, pagando o maior pau pro baiano mais...........que delícia! e a Letícia que é uma boneca é claro, mas o Hamlet... quer dizer Tristão... nem sei estou confusa rs...
mais tarde falo do filme, ok?
Não assistimos juntas ao nosso famoso Casablanca, confesso que "As time goes by" é uma das músicas mais lindas que já ouvi, e aproveito pra confessar que adoro Frank Sinatra, com quem já tinha ouvido e sonhado com essa canção, quando ainda era uma inocente...
Apesar de cumprido metade da minha expectativa de vida e por mais que lute contra, continuo acreditando no amor.
Talvez num grande e eterno amor que nos segue em nossas lembranças e que não nos permita amar novamente...
Talvez num grande amor que possa acompanhar esse amor antigo que sempre permanecerá na história das nossas vidas como uma lembrança sem fim...
Mas indubitavelmente Casablanca é um grande romance e acredito que se o amor existe mesmo ele é capaz de tudo, até mesmo de renunciar-se a si mesmo por amor ao outro.
Que beleza de filme!
Deixo aqui a tradução da última estrofe da nossa canção para este post:
"Ainda é a mesma velha história
Um combate por amor e glória
Um caso de fazer ou morrer
O mundo sempre dará boas-vindas aos namorados
Com o passar do tempo".
Então sejamos sempre namorados!!!