segunda-feira, 30 de junho de 2008
Como é bom, estar com quem amamos...fazer o que gostamos...Sentir-se em paz!!!
O livro de Carlos Ruiz Zafon “A Sombra do Vento” vai já em Espanha na sua 54ª edição... Uma dessas últimas publicações inclui também a banda sonora do livro (?) composta pelo próprio autor e da qual podem escutar ou decarregar alguns temas no seu site!! Tudo isto é supreendente, uma verdadeira “Zafonmania” mundial a que se junta agora um fundo agradavelmente musical. Se ainda não leram, rápido às livrarias ou peçam-no emprestado. Só já falta mesmo o filme...
Trecho...
(...)O tempo a tornou forte e sábia. Quase nunca fala do passado, embora muitas vezes eu a surpreenda imersa em seus silêncios, a sós consigo mesma. Julián adora a mãe. Obeservo os dois juntos e sei que estão unidos por um laço invisível que eu mal posso começar a entender. Basta-me sentir que faço parte de sua ilha para me saber um felizardo. A livraria dá para viver sem luxo, mas sou incapaz de me imaginar fazendo outra coisa. As vendas diminuem a cada ano. Sou otimista, e digo a mim mesmo que tudo que sobe desce, e o que desce algum dia terá de subir. Bea diz que a arte de ler está morrendo muito aos poucos, que é um ritual íntimo, que um livro é um espelho e só podemos encontrar nele o que carregamos dentro de nós, que colocamos nossa mente e alma na leitura, e que esses bens estão cada dia mais escassos. Todo mês recebemos ofertar para a compra da livraria, para transforma-la em uma loja de televisão, de cintas ou de alpargatas. Não vão tirar daqui, a não ser que seja com os pés na frente.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
O PASSADO JÁ PASSOU, O FUTURA NADA SEI E dO PRESENTE FAÇO "UM PRESENTE"....
Ontem eu Chorei. ( Iyanla Vanzant)
Ontem, eu chorei.
Voltei para casa, fui para o meu quarto, sentei na beira da cama.
Chutei os sapatos, desabotoei o sutiã
E caí no choro.
Quero que vocês saibam que
Eu chorei até meu nariz escorrer molhando a blusa de seda que
Comprei na liquidação.
Chorei até minha cabeça doer tanto, que eu mal via a pilha de lenços de papel
No chão aos meus pés.
Quero que vocês saibam
Que ontem eu chorei pra valer.
Ontem eu chorei
Por todos os dias que estive ocupada demais, ou cansada demais, ou com raiva demais para chorar.
Chorei por todos os dias, por todas as formas e por todas as vezes em que desonrei, desrespeitei e desliguei meu Eu de mim mesma.
Mas meu Eu se refletiu de volta para mim quando os outros fizeram comigo as mesmas coisas que eu já fizera comigo mesma.
Chorei por todas as coisas que me foram roubadas;
Por todas as coisas que eu pedi e não consegui receber;
Por todas as coisas que, depois de conquistar, eu dei a outras pessoas em circunstâncias que me deixaram vazia, gasta e exaurida.
Chorei porque realmente chega um momento em que a única coisa que nos resta é chorar.
Ontem eu chorei.
Chorei porque meninos são abandonados pelos pais; e as meninas são esquecidas pelas mães;
Os pais não sabem o que fazem e por isso vão embora;
As mães são abandonadas e ficam com raiva.
Chorei porque eu tive um menininho, e porque eu ainda era uma menina pequena, e
Porque eu era uma mãe que não sabia o que fazer, e
Porque eu queria que meu pai estivesse comigo, que chegava a doer.
Ontem eu chorei.
Chorei porque feri alguém. Chorei porque fui ferida.
Chorei porque a ferida não tem para onde ir senão até o mais fundo da dor que a causou, e quando chega lá a dor acorda você.
Chorei porque era tarde demais. Chorei porque tinha chegado a hora.
Chorei porque minha alma sabia que eu não sabia
Que minha alma sabia tudo que eu precisava saber.
Chorei um choro espiritual ontem, e esse choro me fez muito bem.
E me fez muito, muito mal.
Em meio ao choro, senti minha liberdade vindo,
Porque
Ontem eu chorei
Sobre cada momento da minha vida.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Só o tempo
Paulinho da Viola
Largo a paixão
Nas horas em que me atrevo
E abro mão de desejos
Botando meus pés no chão
É só eu estar feliz
Acende uma ilusão
Quando percebe em meu rosto
As dores que não me fez
Ah, meu pobre coração
O amor é um segredo
E sempre chega em silêncio
Como a luz no amanhecer
Por isso eu deixo em aberto
Meu saldo de sentimentos
Sabendo que só o tempo
Ensina a gente a viver
sexta-feira, 20 de junho de 2008
DESPEDIDAS
(...)Doeu saber que, em breve, eu não teria mais aquele peito bonito ao alcance dos olhos. E da mão. E da boca. Pexei lavínia e prendi seu corpo num abraço(...)Chuva, um motivo a mais para ficarmos confinados no quarto, embora não precisássemos de motivos. Lavínia e eu passamos horas na cama, suando. Um inventando maneiras de agradar o outro.
Poucas vezes me senti tão confortável no mundo. E, no entanto, sofria, por antecipação, o grande vazio que seria o resto da minha existência sem ela.
(...)Talvez por saber que era o fim, e a gente nunca se comporta mesmo muito bem nos finais, ou talvez por impotência, desamparo, angústia; e também por covardia, não há vergonha alguma em admitir; talvez por tudo isso, e à falta de um nome adequado para a sensação de impotência que me esmaga, o fato é que desabei(...)
(...)Vivíamos o fim da nossa história, mas só eu sabia disso. E não deixei tranparecer (...)O marido voltaria de viagem naquele dia(...)Lavínia também dissia que eu estava fugindo. Abandonando-a.
Fiquei vários dias sem vê-la (...)Decidi não procurá-la ( no íntimo, não tenho por que esconder, esperava que ela ligasse). E, ainda que de maneira lenta e errática, comecei a empacotar minha mudança. Sem pressa (...)Uma retomada depois de um período de aventura irresponsável. Um recomeço, mais um dos que tive na vida(...)
(...)Ela me telefonou , disse que queria me ver. Marcamos para um final de tarde(...)Providenciei música de ocasião - a Missa solemnis, op. 123, com a orquestra de Cãmara da Europa, regida por Harnoncourt; de cortar o coração, até mesmo um coração inconstante como o de Lavínia. E deixei a solenidade por conta apenas da trilha sonora servindo conhaque...Sentados no sofá, bebemos e conversamos sobre outras coisas bem mais amenas. Falamos do passado e evitamos, por um tempo, mencionar o futur. Evocamos com carinho o dia do nosso primeiro encontro, Lavínea lenbrou-se de terconsultado os astros naquele dia. Eles apregoavam: jogue-se na vida.
Perguntei por que me escolhera.
Gostei do jeito que você me olhou, disse. Parecia que estava pedindo desculpas por me achar tão bonita.
Remova a poesia do que ela falou: eu a olhei com uma fome que nunca senti por nenhuma outra mulher. Um episódio inaugural. E, também fui olhado de uma maneira que ainda não tinha acontecido antes. Conhecê-la fez do passado um mero ensaio, um treino antes de ser exposto à sua incandescência (...)Um soneto inacabado.(...)Eu ia embora.(...)A missa chegou ao fim, a música cessou, porém não me mexi. (Nunca mais ouviríamos Bethoven juntos, como que acompanha uma oração Fiquei quieto, deixei que aquela sala escutasse pela última vez os acordes da voz de Lavínia. Ela relatou um sonho: nós dois numa cidade deserta, sem mais ninguém. Uma cidade pintada inteirinha de azul, como no soneto do Penna Filho. Foi o mais próximo que chegamos a falar do futuro. Mas evitamos.Assim como evitamos incluir o marido na conversa.
Falamos, falamos, falamos. E mesmo assim faltou dizer tanta coisa. E escultar também. Ela nunca disse que me amava. Jamais ouvi de seus lindos lábios essa sentença.
Lavínia levantou-se na penumbra e disse:
Preciso ir agora.
Então era isso. The end. O que eu poderia fazer? Propor um brinde? Dizer: foi bom, valeu? Prometer que telefonaria, ao menos no aniversário dela? Que mandaria postais - da praça da Sé ou da Liberdade? Que voltaria qualquer dia para visitar a cidade como turista? Que a esqueceria?
Eu não podia prometer nada disso.
Nem pedir que ela me procurasse,caso fosse a São Paulo numa das viagens com o marido. Ou que me escrevesse de vez em quando para dar notícias de sua singularíssima pessoa.
Embora estivesse morrendo de vontade, não pedi que abrisse o vestido, para que minha sede pudesse despedir-se das fontes de seu corpo. Sabia que não me saciaria (...) Lavínea baixou a cabeça, chorava em silêncio(...)Então nos abraçamos. Enos beijamos. Achei em sua boca um gosto que misturava cigarro, conhaque e remédio. E tristeza. Nós dois tremíamos(...) Você está me abandonando, ela disse. Apertei seu corpo e beijei seu rosto, suas lágrimas, seu pescoço(...)
Me pede pra ficar, falei.
Não posso, ela disse.
(trechos do livro do Marçal Aquino "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios).
Nota do leitor: o que sinto é que a decisão foi somente da Lavínia, pois tudo deveria voltar para seu lugar, para o lugar "certo": ela para o marido e ele para o mundo...Durante a relação deles, ouve comentários do tipo isso não dará certo, nunca deu certo para histórias parecidas. Mas mesmo assim eles sonharam e chegaram a acreditar na possibilidade impossível. Até que a realidade veio bater à porta e no final mais uma vez TODOS TINHAM RAZÃO...
quinta-feira, 12 de junho de 2008
O AMOR É SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL
Queremos o que não podemos ter, diz o professor Schianberg, o mais obscuro dos filósófos do amor. È normal, saudével. O que diferencia uma pessoa de outra, ele acrescenta, é o quanto cada um quer o que não pode ter. Nossa ração de poeira das estrelas.
...Falei que estava planejando ir embora. Lavínia gritou do chuveiro:
O que você disse?
Entrei no banheiro e puxei a cortina de plástico. Ela ensaboava o corpo.
Tô pensando em ir embora daqui.
Pra onde?
Não sei ainda. Talvez eu volte para São Paulo.
Lavínia passou o sabonete entre as ernas, levantou um monte de espuma. E sonho.
O que foi, bateu saudade de casa?
Não posso ficar aqui pra sempre, tenho que dar um jeito na minha vida.
Ela guiou o jato do chuveiro para o púbis. Desfez a espuma, não o sonho...
(Trecho do livro de Marçal Aquino EU RECEBERIA AS PIORES NOTÍCIAS DOS SEUS LINDOS LÁBIOS)
Os cornos de Áries (para descontrair...)
EU
Cazuza
Amor da minha vida
terça-feira, 10 de junho de 2008
Maiakóvski
1
Me quer ? Não me quer ?
2
Passa da uma
...
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Mais uma...perfeito!
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Justiça seja feita - Toninho
Francisca Ah!
Depois veio quase caindo aos pedaços, um poodle cinza, mundrungo e velho...só tinha 1 dente, peguei numa avenida, o fedorento... ele se chamou "Chico" e namorou com uma vira-latas jovenzinha que foi atropelada na frente de nossa casa e minha mãe colocou pra dentro do quintal pra cuidar...e ela acabou ficando conosco porque engravidou do véio Chico.
Já que foi assim ela também se chamou "Chica"...
Então vieram os peixes...e o primeiro foi o "Chico Estrela" em homenagem à um cachorro falecido que assim se chamava, ele era um peixe japonês preto zóiudo, mas o pobre peixe era meio véio e morreu, a Aninha ficou triste e nós também, então fomos atrás de um peixinho parecido que se chama "Chiquinho, O Retorno" e é lindo! Mas era todo pretinho e depois de um ano está ficando dourado!!!
Todos ele são minhas crias, outra hora coloco as fotos dos peixes, nossos primeiros animaizinhos!
Eu ficaría muito feliz se ainda pudesse ter um menino, quem sabe, São Francisco?
Imaginem o nome, rs...
Senhora dos Afogados do ANTUNES
Posto isso, identificamos quão glacial e necessário é o clima que o encenador nos quer fazer mergulhar. Não é a brisa leve de uma cidade praiana, mas o breu e a desesperadora solidão do alto-mar que é evocada nessa montagem de Senhora dos Afogados.
Hoje
Carlos Drummond de Andrade
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Livro "Sentimento do Mundo"
terça-feira, 3 de junho de 2008
Fernando Pessoa - LOUCO - D. Sebastião
Qual a sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Porisso, onde o areal está
Ficou o meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
Marina Lima
Marina Lima
Composição: Marina Lima/Antonio Cicero
Lá nos primórdios de tudo