terça-feira, 26 de maio de 2009

BEIJO SABOR DE ALEGRIA...


Se For Embora...
Chimarruts
Composição: Sander Fróis


Se for embora,

leve um sorriso meu,

Guardado no teu peito,

Teu coração agora é meu


Mas se ficar, ganha um beijo meu

Com sabor de alegria

É um presente que Deus me deu


Sim, já passei por tudo nesta vida

Mas foi a fé que deu forças pra lutar

Batalhas ganhei, outras perdidas

Ai! Que bom, se pudesse ficar


(Refrão)


Se a vida veio lhe chamar

Se tem que ir e não pode mais ficar

Se o destino não se encarregar

Da gente se ver

Eu preciso te falar...

Se for embora...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Eh...


Uma Galinha

Clarice Lispector


Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro vôo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se pode­ria contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, pare­cia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.


Texto extraído do livro “Laços de Família”, Editora Rocco — Rio de Janeiro, 1998, pág. 30. Selecionado por Ítalo Moriconi, figura na publicação “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século”.

vazio


"O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio
de quem por ele passa indiferente."


MÁRIO QUINTANA -
"Jardim Interior"

Deja que el beso dure, que el tiempo cure...

La Edad Del Cielo
Jorge Drexler
Composição: Jorge Drexler

No somos más
que una gota de luz,
una estrella fugaz,
una chispa, tan sólo,
en la edad del cielo.

No somos loque
quisiéramos ser,
solo un breve latiren
un silencio antiguocon
la edad del cielo.

Calma,
todo está en calma,
deja que el beso dure,
deja que el tiempo cure,
deja que el alma
tenga la misma edad
que la edad del cielo.

No somos másque
un puñado de mar,
una broma de Dios,
un capricho del Sol
del jardín del cielo.

No damos pieentre
tanto tic tac,
entre tanto Big Bang,
sólo un grano de salen
el mar del cielo.


http://www.youtube.com/watch?v=hZzsQd5ux08


A Idade do Céu
Paulinho Moska
Composição: Jorge Drexler; versao: Moska

Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu...

Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu...

Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu...

Oh! Oh!...Oh! Oh!

Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Um capricho do sol
No jardim do céu...

Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu...

Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...

Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Ah! Ah! Ah!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Ah! Ah!
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!...

Calma!
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu...(2x)

A mesma idade
Que a idade do céu...
http://www.youtube.com/watch?v=tieZVJxMBnU

sábado, 23 de maio de 2009

Eu ando pelo mundo....


Esquadros
Los Hermanos
Composição: Belchior


Eu ando pelo mundo

Prestando atenção

Em cores que eu não sei o nome

Cores de Almodovar, cores de Frida Kahlo, cores

Passeio pelo escuro

Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve

E como uma segunda pele, um calo, uma casca

Uma cápsula protetora

Eu quero chegar antes

Pra sinalizar o estar de cada coisa

Filtrar seus graus

Eu ando pelo mundo divertindo gente

Chorando ao telefone

E vendo doer a fome

Dos meninos que têm fome

Pela janela do quarto

Pela janela do carro

Pela tela,

Pela janela

Quem é ela, quem é ela?

Eu vejo tudo enquadrado

Remoto controle.

Eu ando pelo mundo

E os automóveis correm para quê?

E as crianças, pra onde correm?

Transito entre dois lados

De um lado, eu gosto de opostos

Exponho o meu modo, me mostro

Eu canto para quem?

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?

Minha alegria, meu cansaço?

Meu amor, cadê você?

Eu acordei, não tem ninguém ao lado.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

AMOR-PERFEITO....


IMPROVISO DO AMOR PERFEITO
Cecília Meireles

Naquela nuvem, naquela,
mando-te meu pensamento:
que Deus se ocupe do vento.

Os sonhos foram sonhados,
e o padecimento aceito.
E onde estás, Amor-Perfeito?

Imensos jardins da insônia,
de um olhar de despedida
deram flor por toda a vida.

Ai de mim que sobrevivo
sem coração no peito.
E onde estas, Amor-Perfeito?

Longe, longe, atrás do oceano
que nos meus olhos se alteia,
entre pálpebras de areia...

Longe, longe... Deus te guarde
sobre o seu lado direito,
como eu te guardava do outro,
noite e dia, Amor-perfeito.


CANÇÃO DO AMOR PERFEITO
Cecília Meireles

O tempo seca a beleza,
seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
desunido para sempre
como as areias nas águas.

O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrado, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.

O tempo seca o desejo
e suas velhas batalhas.
Seca o frágio arabesco,
vestígio do musgo humano,
na densa turfa mortuária.

Esperarei pelo tempo
com as suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
não na terra, Amor-Perfeito,
num tempo depois das almas.

LEILA...


“Nem de amores eu morreria porque eu gosto mesmo é de viver de amores”

“Viver, intensamente, é você chorar, rir, sofrer, participar das coisas, achar a verdade nas coisas que faz. Encontrar em cada gesto da vida o sentido exato para que acredite nele e o sinta intensamente”

“Só quero que o amor seja simples, honesto, sem os tabus e fantasias que as pessoas lhe dão”.


Leila Diniz

terça-feira, 19 de maio de 2009

PARA ONDE IR?



"O amor nos tira o sono, nos tira do sério, tira o tapete debaixo de nossos pés - mexe com medos aparentemente superados, mas também com insuspeitada generosidade em nós. Sabermos que tantas vezes acaba - e isso é dor - vai complicar a nossa vida.
Mas alguma coisa pode aparecer: amor, projeto, um sonho.
Podemos ter medo e simplesmente dizer não. Mas podemos nos deixar encantar: seremos, para sempre, responsáveis por essa decisão"

Lya Luft




O dia que o mundo foi nosso.

Que nome se dá
Àquilo que nasce
E é sem precedentes?
Que arde,Que me toma o sono,
Que me avermelham os olhos,
Que me inquieta a alma?Que nome se dá
A esse tremor nas mãos
A essa loucura
A essa urgência?Será amor?
Será paixão?
Ou será apenas solidão?Ah, hoje nada disso importa
Que me arranquem os rótulos
Que me arranque a roupa
Apenas me tome
Porque a felicidade é o que importa
E hoje sou tua.
Só tua.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

PARA GEÓ...


Sei que já postei essa imagem... Mas foi só porque eu não sabia que o melhor momento ainda estava por vir....


AMAR


Armando Freitas Filho

Amar
é mergulhar de cabeça
sem saber nadar
ao seu encalço
numa piscina
como um camicase
pulando do último
do mais alto trampolim
de mim
sem asa delta
salva-vidas, pará-quedas
(mas com um professor de natação!!! ahaha)
sem perguntar
sem sequer pensar
se lá embaixo
vou encontrar água
ou o ladrilho do vazio?

Amar
[e ter que inventar
mãos tão macias e cuidadosas
como nenhum Nívea
jamais ousou a fazer
para melhor pegar
como quem pega, no céu
sem rasgar
o corpo de uma nuvem
seu vôode papel de seda
sem slow-snow motion
ou ainda alcançar e reter
entre os dedos
a fuga do perfume
do seu sonho
solto em minha fronha?

domingo, 17 de maio de 2009

CHAMPAGNE CORDON ROUGE


Sempre terei lágrimas para isso...

-You're getting on that plane.
-But I don't understand, what about you?
-I'm staying here...
-No, Richard. What has happened to you? Last night to said...
-Last night we said a great many things. You said I was to do the thinking for both of us. I've done a lot of it since then...
...-Insede we both know you belong with Victor. You're part of this work, the think that keeps he going. If that plane leaves the ground and you're not with him, you'll regret it. Maybe not today, maybe not tomorrow, but soon. And for the rest of your life.
-But what about us?
-We'll always heve Paris.
-when I said I wonld never leave you I...
-And you never will....
-...Some day you'll undertand that...

Fly Me To The Moon
Diana Krall
Composição: Bart Howard


Fly Me To The Moon

Fly me to the moon

Let me play amoung the stars

Let me see what spring is like

On jupiter and mars

In other words, hold my hand

In other words, baby kiss me

Fill my heart with song and

Let me sing for ever moreYou are all

I long forAll I worship and adore

In other words, please be true

In other words,

I love you

Fill my heart with song and

Let me sing for ever more

You are all I long for

All I worship and adore

In other words, please be true

In other words

In other wordsss, I love you