quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O FLÂNEUR ESTÁ VIVO!

No que concerne à boemia e as dores que andam
O flâneur está vivo. No pé-sujo, no botequim, mesmo no botequim fake que mimetiza visualmente a velha guarda, na esquina. O boêmio não sucumbiu à violência urbana, até porque todo boêmio é de alguma forma bandido. O boêmio está menos literário mas não obrigatoriamente menos romântico. Isso não é um defeito. O contrário do operário, na nova ordem, é o boêmio desempregado. O garçom como psicanalista das massas bêbadas e das dores de corno. A cachaça como remate populista dos tristes trópicos, o chute na bunda de Saturno, a queda como alegoria do nosso direito atávico ao berço esplêndido, a celebração da sarjeta.

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