No que concerne à boemia e as dores que andam
O flâneur está vivo. No pé-sujo, no botequim, mesmo no botequim fake que mimetiza visualmente a velha guarda, na esquina. O boêmio não sucumbiu à violência urbana, até porque todo boêmio é de alguma forma bandido. O boêmio está menos literário mas não obrigatoriamente menos romântico. Isso não é um defeito. O contrário do operário, na nova ordem, é o boêmio desempregado. O garçom como psicanalista das massas bêbadas e das dores de corno. A cachaça como remate populista dos tristes trópicos, o chute na bunda de Saturno, a queda como alegoria do nosso direito atávico ao berço esplêndido, a celebração da sarjeta.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
MUNDO PARTICULAR (INFINITO E PARTICULAR)
http://br.youtube.com/watch?v=MockmsPSTFc
E ASSIM EM Giseyland
Giselle Gonçalves
"Sim! Sonho em ser poeta e sobre minha tumba
Imagino um príncipe indo deixar rosas vermelhas
E o resto dos homens, espalhados por aí, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.
"Veja! não cabe a mim
Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Giseyland já observei
Mais de um cantor (um amor) passar e ir habitar
O horto sombrio (solitário) onde ninguém perturba
Seu sono ou canto, mas que derrepende passou a perturbar.
E mais de um cantou suas canções (ou amou me)
Com mais arte (mais amor) e mais alma do que eu (mesma);
E mais de um agora sobrepassa (mas apenas sobrepassa)
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu queria ser poeta e sobre minha tumba
Aquele homem iria espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.
"Não é que eu sou mais alto (isso tá difícil, hehehe)
Ou mais doce que os outros. É que eu
Apesar de não ser Poeta, tenho a alma de um poeta, e bebo vida.
Mas também bebo vinho para esquecer da existência dos homens menores.
E ASSIM EM Giseyland
Giselle Gonçalves
"Sim! Sonho em ser poeta e sobre minha tumba
Imagino um príncipe indo deixar rosas vermelhas
E o resto dos homens, espalhados por aí, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.
"Veja! não cabe a mim
Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Giseyland já observei
Mais de um cantor (um amor) passar e ir habitar
O horto sombrio (solitário) onde ninguém perturba
Seu sono ou canto, mas que derrepende passou a perturbar.
E mais de um cantou suas canções (ou amou me)
Com mais arte (mais amor) e mais alma do que eu (mesma);
E mais de um agora sobrepassa (mas apenas sobrepassa)
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu queria ser poeta e sobre minha tumba
Aquele homem iria espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.
"Não é que eu sou mais alto (isso tá difícil, hehehe)
Ou mais doce que os outros. É que eu
Apesar de não ser Poeta, tenho a alma de um poeta, e bebo vida.
Mas também bebo vinho para esquecer da existência dos homens menores.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
E um curtinho meu...
No meu horizonte
Vejo o dorso adormecido se mover ao som da respiração.
Respiro o movimento, ação despertadora.
Beijo o crepúsculo do corpo que inutilmente tentou não se deslocar.
Ah, risquem a inércia do dicionário.
Vejo o dorso adormecido se mover ao som da respiração.
Respiro o movimento, ação despertadora.
Beijo o crepúsculo do corpo que inutilmente tentou não se deslocar.
Ah, risquem a inércia do dicionário.
O meu preferido...
E ASSIM EM NÍNIVE
Ezra Pound
"Sim! Sou um poeta e sobre minha tumba
Donzelas hão de espalhar pétalas de rosas
E os homens, mirto, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.
"Veja! não cabe a mim
Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Nínive já observei
Mais de um cantor passar e ir habitar
O horto sombrio onde ninguém perturba
Seu sono ou canto.
E mais de um cantou suas canções
Com mais arte e mais alma do que eu;
E mais de um agora sobrepassa
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu sou poeta e sobre minha tumba
Todos os homens hão de espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.
"Não é, Ruaana, que eu soe mais alto
Ou mais doce que os outros. É que eu
Sou um Poeta, e bebo vida
Como os homens menores bebem vinho."
(tradução de Augusto de Campos)
Ezra Pound
"Sim! Sou um poeta e sobre minha tumba
Donzelas hão de espalhar pétalas de rosas
E os homens, mirto, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.
"Veja! não cabe a mim
Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Nínive já observei
Mais de um cantor passar e ir habitar
O horto sombrio onde ninguém perturba
Seu sono ou canto.
E mais de um cantou suas canções
Com mais arte e mais alma do que eu;
E mais de um agora sobrepassa
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu sou poeta e sobre minha tumba
Todos os homens hão de espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.
"Não é, Ruaana, que eu soe mais alto
Ou mais doce que os outros. É que eu
Sou um Poeta, e bebo vida
Como os homens menores bebem vinho."
(tradução de Augusto de Campos)
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