quarta-feira, 22 de agosto de 2007

NOSSO CLUBE TAMBÉM TEM SAUDADE, IMENSA.

http://www.youtube.com/watch?v=W6igEPWb6Xg

SAUDADE

na solidão na penumbra do amanhecer.Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.
Via você no ontem , no hoje, no amanhã...Mas não via você no momento.
Que saudade...

( Mário Quintana )

sábado, 18 de agosto de 2007

No nosso clube do livro tb tem música (arte)

http://www.youtube.com/watch?v=6voJjexENok

Em um mundo perdido, cá estou. Portanto, perdida sou.

http://jp.youtube.com/watch?v=_fCDV4Mw8W8&mode=related&search= (fundo musical, hehehehe)

O que fazer com uma paixão?
Esquecer ? É dificil.
Deixar rolar?
O impossível?
Não, o impossível é mesmo impossível.

Então eu peço,
Passa ....passa tempo.
E o tempo passou...passou.
Mas, incapaz ele também foi.

Trabalho? Muito trabalho.
Amigos?
Alcool?
Veneno?
Droga, anestesia?
Poesias, musicas, filmes?
Nada. Tudo em vão.

A última tentativa.
A tranformação.
Por que nada se cria, nada se apaga, se esquece, mas tudo se transfoma.
Paixão em amor....
Mas, um tipo de amor que não quer nada em troca.
Nada.
Ou que não pode esperar nada.
Nada.
O amor de amigo

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Felizes para sempre???

Este é um trecho do livro "O vendedor de passados" de José Eduardo Agualusa.

"... Antigamente todos os contos para crinaças terminavam com a mesma frase, e foram felizes para sempre, isto depois de o Principe casar com a Princesa e de terem muitos filhos. Na vida, é claro, nenhum enredo remata assim. As Princesas casam com os trapezistas, a vida continua, e os dois são infelizes até que se separam. Anos mais tarde, como todos nós, morrem. Só somos felizes. verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam este tempo no qual todas as coisas duram para sempre. Eu fui feliz para sempre na minha infância, lá na Gabela, durante as férias grandes, enquanto tentava construir uma cabana nos troncos de uma acácia. Fui feliz para sempre nas margens de um riacho, uma corrente de água tão humilde que dispensava o luxo de um nome, embora orgulhoso o suficiente para que o achássemos mais do que um simples riacho - era o Rio... Nas aulas de catequese um velho padre de voz sumida e olhar cansado tentou, sem convicção, explicar-me em que consistia a Eternidade. Eu achava que era um outro nome para as férias grandes. O padre falava de anjos e eu via galinhas, Até hoje, aliás, as galinhas são o que conheço de mais aparentado com os anjos. Ele falava-nos da bem-aventurança e eu via galinhas ciscando ao sol, escavando ninhos na areia, revirando os pequenos olhos de vidro, num puro êxtase místico. Não consigo imaginar o Paraíso sem galinhas. Nem sequer o Bom Deus, estendido preguiçosamente numa fofa cama de nuvens, sem que que o rodeie uma mansa legião de galinhas. Aliás, nunca conheci uma galinha má - você conhceu? As galinhas, como as salalés, como as bosboletas, são imunes ao mal."

"A realidade é dolorosa e imperfeita. É essa a natureza e por isso a distinguimos dos sonhos. Quando algo nos parece muito belo pensamos que só pode ser um sonho e então beliscamo-nos para termos certeza d que não estamos a sonhar - se doer é poque não estmos a sonhar. A realidade fere, mesmo quando, por instantes, nos parece um sonho. Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em corem mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo que realmente existe. Entre a vida e os livros, meu filho, escolhes os livros."

Na praça Ferndando Pessoa o que se Passa?


Na mente existem dois lados sempre a brigarem.......


O que há em mim é sobretudo cansaço


O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos

Não, não é cansaço...


Não, não é cansaço...

É uma quantidade de desilusão

Que se me entranha na espécie de pensar.

É um domingo às avessasDo sentimento,

Um feriado passado no abismo...

Não, cansaço não é...

É eu estar existindo

E também o mundo,

Com tudo aquilo que contém,

Como tudo aquilo que nele se desdobra

E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Álvaro de Campos